quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Lição de vida 01

A espada repousa.
Você deve cortar a cabeça na hora certa.

domingo, 21 de agosto de 2011

Dez livros imperdíveis

Uma querida amiga do Leblon (é jovem e talentosa escritora) pediu-me há tempos uma relação de llivros imperdíveis

Mandei essa

Ficções, Borges (linguagem clássica e impecável)
Jogo da Amarelinha, Cortazar (um texto muito bem humorada)
Dubliners, Joyce (inglês) (lindos contos)
Rubem Braga, 200 crônicas selecionadas (estilo simples e elegante)
Machado de Assis, Memória Póstumas de Brás Cubas (nosso maior escritor)
Dalton Trevisan, O Vampiro de Curitiba (nosso melhor escritor de contos, conciso e ferino)
Philip Roth, Portnoy's Complaint (sátira implacável da vida de um judeu americano)
Proust, Em Busca do Tempo Perdido (Editora Globo, o poder da memória e da minúcia)
Calvino, As Cidades Invisíveis (um livro mágico)
Italo Svevo, A Consciência de Zeno (um passeio pelas neuroses de um homem comum)


sábado, 6 de novembro de 2010

Uma discussão sobre a física moderna e a grande arte

From: Alex Sartorelli
Date: 2010/11/6
Subject: Re: The Likeability Factor
To: Lampi

Lampi

Não, não li o livro da Marie. Quanto ao livro do Campbell está na minha extensa livros de livros que comecei a ler e não acabei (o livro é excelente mas apareceu outro mais tentador, bem, mais ou menos como as mulheres...).

Acho fascinante a mitologia porque ela é uma das manifestações mais poderosas da imaginação humana, como a grande literatura. Também me fascinam as teorias de Jung e Freud, mas elas estão fora do método científico, que é basicamente formular uma teoria  e prever experimentos que a comprovem. Esse experimentos tem que ser reproduzíveis por outros cientistas. No passado havia uma atitude empírica. Por exemplo, deixava-se um lixo com a tampa aberta e apareciam moscas, logo as moscas nasciam do lixo. Mais ou menos como a interpretação dos sonhos de Freud.

Não vou chegar ao extremo de afirmar que Física, Química e Biologia são as únicas ciências. Mas há de existir um olhar crítico para as ciências humanas onde é díficil separar o fato da versão, a interpretação da mistificação, o discurso complexo do discurso obscuro. Um exemplo de antropologia. Até que ponto o povo examinado tem o comportamento descrito pelo antropólogo quando ele não está presente. Há possibilidade de ser um povo de humoristas?

Mas para mim o ponto mais complicado é o patamar em que chegou a Física. Na época de Newton uma pessoa culta tinha condições de dominar o conhecimento científico e o conhecimento em artes e literatura. Dominar artes e literatura já é um tanto complicado (tente entender todas as obras da Bienal de São Paulo desse ano ou ler Joyce, Proust, Rosa e Derrida_. Creio que a mecânica relativística ainda é explicável e faz sentido, é possível verbalizá-la. Mas a mecânica quântica vai além do limite de nossa linguagem (vide Wittgenstein), quem diz que a entendeu mostra que não a entendeu. Tenho um livro "Understangind Quantum Mechanics". Exige apenas noções básicas de termodinâmica e de cálculo, muito simples, parece que toda a humanidade fez ITA. Em suma, a mecânica quântica exige um aparato matemático e conceitual não verbalizável. E o pior são as teorias que tentam sair do impasse da Física do início do século XX, uma mecânica relativística que funciona em larga escala e a quântica no mundo microscópio. Supercordas ( http://superstringtheory.com/ ) , cromodinâmica quântica, etc, etc. só são entendidas plenamente pelos físicos teóricos, os quais sabem manipular o aparato matemático e conceitual. E se houver uma conspiração de físicos? Afinal essas teorias só podem ser comprovadas em aceleradores caríssimos, o que gera bons empregos para os físicos ;o)

Mas em última análise os últimos herdeiros de Leonardo da Vinci são os físicos. Mário Schenberg além de físico foi crítico de arte. O brilhante físico Murray Gell-Man (um dos maiores físicos ainda vivos) tirou o nome quark do livro de Joyce, Finnegans Wake (creio que quem consegue entender supercordas, mecânica quântica, Kant, Hegel, Heidegger, Ulisses do Joyce,etc. pode arriscar-se a entender esse livro). Em suma a imaginação humana espelha-se na grande arte e na grande física. E não há arte e ciência sem bom humor, tomemos cuidado porque segundo Pessoa  o poeta é um fingidor...

[]´s céticos e esperançosos

Sartorelli

> Em 26/1o/10, Lampi escreveu

>Prezado Sartorelli
>Voce leu Adivinhação e Sincronicidade de .Marie Louise von
>Franz(discipula de Jung)? E O poder do Mito do Joseph Campbell?
>Verá que faltam bases psicológicas e mitológicas em algumas ciências.
>Cafundi?
>Abraços
>Lampi


Em 25/10/10, Alex Sartorelli
> Oi Lampi
>
> Bem, a base da psicologia não é tão científica assim no meu ponto de vista.
> Harold Bloom escreveu que Freud no futuro será considerado um grande xamã. A
> impressão que tenho é que psicologia, xamanismo, autoajuda, confessionário,
> etc. etc. são construções literárias em que as pessoas acreditam. Dom
> Quixote é tão bem escrito quanto a Bíblia, mas não conheci ainda nenhuma
> seita que acredite em moinhos de ventos mas existe algumas que acreditam em
> santíssima trindade e ressurreição,
> fora os telefones que só fucionam em uma direção...
>
> Agora poesia não pode ser considerada autoajuda pois a função poética é
> autoreferente. Um texto poético é um texto que prescinde de referência
> externa. Antes de ajudar possivelmente ele deva mais é confundir o leitor
> distraído,
>
> O poeta é um fingidor,
> Finge tão completamente
> Que chega a fingir que é dor
> A dor que deveras sente.
>
> De qualquer forma a poesia pode ajudar em alguma de suas vertentes mais
> compreensíveis e populares. Mas não ajuda muito os poetas, pois ao meu ver a
> taxa de suicídios deles é mais alta que a média...
>
> sds não suicidas
>
> Sartorelli


> On Sun, Oct 24, 2010 at 11:44 AM, Lampi wrote:
>
>> Prezado Sartorelli
>>
>> como distinguir alguns livros de psicologia dos livros de auto-ajuda?
>> Há algum critério?
>> Livros de poesia podem ser considerados livros de auto-ajuda?
>> Dado o seu background, Sartorelli, estou muito curioso em ver qual será a
>> sua resposta.
>> Carpe Diem.
>> Abraços.
>>
>> Lampi
>>


>> Em 2010/10/24 Alex Sartorelli escreveu
>>
>> M...
>>>
>>> Como fazar amigos etc eh o livro classico de autoajuda. Ler esse livro
>>> elimina a necessidade de ler todos os outros, Paulo Coelho inclusive.
>>> []'s
>>> Sartorelli
>>> Sent from my iPod
>>>
>>> On 2010-10-24, at 8:47 AM, M... escreveu
>>>
>>> Este cara escrevia livros de autoajuda,  e pelo que me consta, acabou se
>>> suicidando.
>>>
>>> Abraços.
>>>
>>> M...


>>>
>>> Em 24/10/2010 09:36, T... escreveu
>>>
>>> Lampi
>>>
>>> Nos anos que passamos no ITA havia um livro que passava de turma para
>>> turma chamado "Como fazer amigos e influenciar pessoas", de um autor
>>> americano, muito popular à época, Dale Carnegie.
>>>
>>> ISBN
>>> 8504004864<http://pt.wikipedia.org/wiki/Especial:Fontes_de_livros/8504004864>
>>>
>>> Segundo informações da wikipedia, o livro, lançado em 1937 e com última
>>> atualização em 1981, teve mais de 50 MILHÕES de exemplares vendidos.
>>>
>>> Resposta à sua pergunta : "Toda caminhada começa com o primeiro passo"
>>> (Confúcio).
>>>
>>>
>>> abs T...
>>>
>>>


>>>
>>>
>>> 2010/10/23 Lampi escreveu
>>>
>>>> Prezados,
>>>>
>>>>  será que isto funciona nesta lista?
>>>> Saudações
>>>>
>>>>  Lampi
>>>>
>>>>   You can win life's popularity contests...
>>>>
>>>> The choices other people make about you determine your health, wealth,
>>>> and happiness. And decades of research prove that people choose who they
>>>> like. They vote for them, buy from them, marry them, and spend precious
>>>> time
>>>> with them. The good news is that you can arm yourself for the contest
>>>> and
>>>> win life’s battles for preference. How? By raising your likeability
>>>> factor.
>>>>
>>>> The more you are liked, the happier your life will be. In *The
>>>> Likeability Factor*, business guru Tim Sanders shows how to build your
>>>> likeability factor by teaching you how to enhance four critical elements
>>>> of
>>>> your personality:
>>>>
>>>> *Friendliness:* your ability to communicate liking and openness to
>>>> others
>>>>
>>>> *Relevance:* your capacity to connect with others’ interests, wants, and
>>>> needs
>>>>
>>>> *Empathy:* your ability to recognize, acknowledge, and experience other
>>>> people’s feelings
>>>>
>>>> *Realness:* the integrity that stands behind your likeability and
>>>> guarantees its authenticity
>>>>
>>>> When you improve these areas and boost your likeability factor, you
>>>> bring
>>>> out the best in others, handle life’s challenges with grace, enjoy
>>>> better
>>>> health, and excel in your daily roles. You can win the close calls and
>>>> tight
>>>> competitions that define and determine success and happiness at work and
>>>> in
>>>> life—*The Likeability Factor* can show you how!
>>>>
>>>

sábado, 21 de agosto de 2010

A genialidade do fracasso

No meu grupo de emails do ITA na internet enviaram um texto infeliz (link após minha resposta ) . Leiam minha resposta


Bixos equivocados


Prefiro ser um fracasso como Van Gogh e deixar minha marca na cultura humana a ser apenas mais um artista bem sucedido que ganhará muito dinheiro e cairá na lata de lixo da estética (e.g., Paulo Coelho)

Aliás cabe muito bem o fantástico poema de José Régio, Cântico Negro
http://bit.ly/d5L75p , link para os bixos mais jovens ou 
link para os venerandos veteranos e bixos  desatualizados
)

Por falar em Paulo Coelho e Fernando Pessoa, outro fracassado,  leiam 

O inferno e o céu literário

(não vou explicar de novo para os bixos equivocados, que só enxergam na vida sucesso, dinheiro,
e esquecem do resto)



e leiam o texto criticado



Gênios fracassados: por que pessoas talentosas não conseguem ter sucesso?

http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/genios-fracassados-porque-pessoas-talentosas-nao-conseguem-ter-sucesso/36775/